sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Onde está o tal do décimo?



Neste momento de espontâneo prazer e amor natalino fiz questão de dissertar as atitudes do bom velhinho calcada apenas para os adultos, sendo estes guardiões dos bons costumes e do prazeroso e anual ritual cristão, ficando as crianças na esperança de algo novo, nem que seja um presentinho. Pois bem, comemora-se o que no natal? Não é um dia comum, são dois dias, um que antecede a grande festa e o outro que ninguém vê nem agüenta devido a ressaca da véspera. O que realmente significa o Natal? Uma festa da família? Uma comemoração por algum feito histórico? Ou seria um dia como outro? Isso com certeza não. Comemora-se então o aniversário de Jesus Cristo. Pois bem precisamos então de presentes, e festa, e música e como em todo aniversário, o bolo, substituído então pelo não tão famoso Pane tone, vindo diretamente das montanhas geladas onde hiberna o Barba Branca, dono da festa, chamado Papai Noel.
A figura conhecida mundialmente como Papai Noel (ou Santa Claus, em inglês) tem como base um bispo do século IV, Nicolas de Mira (atual Turquia), reconhecido por sua extrema bondade e carinho, especialmente pelas crianças. A versão americana do Papai Noel, importada da Europa, segundo algumas pessoas seria derivada de uma lenda holandesa, trazida para o Novo Continente pelos colonos que se estabeleceram em Nova Iorque ainda no século XVII. A consolidação dessa imagem se deu, porém, somente a partir do século XIX, com a publicação do poema "The Night Before Christmas" (A Noite Antes do Natal), de autoria de Washington Irving. A imagem conhecida por todos, foi por sua vez, popularizada mundialmente a partir de um modelo criado na segunda metade do século XIX pelo desenhista da revista Harper's, Thomas Nast. Esse habilidoso profissional deu vida, através de seus desenhos, a oficina de Papai Noel no Pólo Norte e também a lista de crianças que teriam praticado boas e más ações ao longo do ano. Os modelos que conhecemos atualmente derivam de seus trabalhos, mas foram francamente influenciados por versões criadas na década de 1930 para ilustrar propagandas da Coca-Cola, empresa esta que trocou a cor original da roupa do velhinho de marrom para vermelho e branco, sabe-se lá porque né.
O espírito natalino, desperta uma série de sentimentos produzidos por uma massiva propaganda comercial que chega de todos os meios no cotidiano de um cidadão, observa-se que há no meio comercial uma temporada de preparação para esta data com intuito de alertar a população quanto aos benefícios do consumo, como antecipar suas compras e como não esquecer ninguém querido quando estiver dentro de uma loja de presentes. Como não deveria ser diferente, o clamor natalino acaba por envolver todas as pessoas de uma ou de outra maneira na gastança, declamada necessária para com esta grande festa dos países cristãos.
É inegável o fato de uma pessoa não absorver o período de festas de fim de ano produzido, como sendo algo estranho e curioso. O fato é que o espírito natalino, que toca na alma das pessoas, desencadeia uma série de sentimentos imune aos bons costumes, sentimentos como união, saudades e amor são aflorados na costumeira festa de natal. Vêem-se inúmeros casos de cidadãos nesta época dispostos a fazer as pazes com a vida, repensando posicionamento de cunho social e afetivo, como brigas passadas, fazendo as pessoas pensarem, nem que seja um pouquinho mais nas coisas cotidianas, interpretando esta data como sendo um momento de reflexão. O correto, no entanto, é afirmar que no natal o conjunto de fatores mais aparente surge na exploração dos meios midiáticos dos mais diversos possíveis, que, paralelamente se apropriam dos sentimentos produzidos pelo espírito natalino confundindo o consumo como sendo uma válvula de escape para qualquer tipo de atrito nas relações sociais, trazendo o consumo para uma época um tanto provável, época de festas, época de décimo terceiro.
A respeito do natal, anualmente sendo uma das únicas datas onde reúnem-se na minha casa a família completa, parentes e amigos, fui tomado extremamente por este sentimentalismo infantil a ponto de não deixar de presentear qualquer integrante desse grande circuito familiar natalino. Quer saber o resultado dessa alegria? Onde está o tal do décimo?

Guilherme Zani

domingo, 20 de dezembro de 2009

Questão de Tato


Você diz pra que teatro
Eu digo que “para” nada:
Teatro é só um, entre tantos muitos nossos fatos.
Você faz cara de parede e interroga por que é caro
Eu falo das produções de alto luxo
Na contramão do fluxo espontâneo
De quem encena e atua pelo urgente (f)ato de respirar
Ser junto te-atando-nos.
Platéia, espectador, iluminador e diretor
Coxias, camarins, laços de afeto e fitas
Som, palavra, sutilezas e sugestões, escuros e silêncios
É cena sendo carne, carma sendo gente, vida sendo drama
Que encanta, reconhece, pulsa, repulsa. Contágios.
Você continua exercitando sua língua vazia e pergunta para que tanto empenho
Eu te digo: para além, para a constituição de minha própria lei, para procurar por menos respostas e crer mais nos atos pelos atos.
Para mais teatro, caro ignorante, é necessário muito tato.


Esse texto é dedicado aos ignorantes de fé, insensíveis à inerente condição humana que é o ato de criar. Contra o descaso, o desconhecimento e a preguiça, velha companheira desses senhores, dirijo esse texto. É necessário muito tato!

Na imagem, os atores do Teatro da Vertigem(SP), uma das companhias nacionais que mais fazem minha cabeça, no espetáculo BR-3.

Vale conferir os trabalhos, a trajetória, as fotos!!!, a agenda dessa gente singular. >>>>>
Muito fã! AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!
www.teatrodavertigem.com.br

sábado, 19 de dezembro de 2009

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Baiano e os novos Caetanos - 1974


Baiano e os Novos Caetanos é o nome de um trio musical composto pelos humoristas Chico Anysio, Arnaud Rodrigues e Renato Piau satirizando no título o conjunto Novos Baianos e o cantor Caetano Veloso.

Nascida nos anos 70 como uma sátira ao tropicalismo, a dupla formada por Baiano e Paulinho (personagens de Chico Anísio e Arnauld Rodrigues, respectivamente, no humorístico “Chico City”) trazia em suas canções letras divertidas e engajadas e um instrumental de primeira, com belos arranjos de violões, sanfonas e cavaquinhos, entre outros instrumentos. Clássicos como "Vô Batê Pá Tu", que fala das delações na ditadura, ou da cocaína como preferem alguns, e "Urubu Tá com Raiva do Boi", uma crítica à situação econômica do país e ao falso “milagre econômico brasileiro”, e a bela "Folia de Reis", fizeram de Baiano & Os Novos Caetanos um nome significativo no universo da música popular brasileira.


Segue o Link funcionando do disco de 1974, o primeiro do trio:
http://www.megaupload.com/?d=9PURTUMU

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Levanta a cabeça. É um Cine Assalto


"Depois de um longo tempo de trabalho pesado lá na obra saltei do ônibus ali em frente a praça humaitá e fui andando pra casa pensando no que tinha a fazer quando chegasse. Mais ou menos quando estava já no final ali da Humaitá ouvi umas caixas de som bem alto, procurei, e logo ali, em baixo daquele canterinho, bem ali mesmo, vi uma luz...quando menos esperava uma jovem bonitona me abordou e me entregou um papel, foi logo falando o que era aquela coisa toda montada, me tratou super bem e me convidou pra sentar ali junto com aquelas pessoas. Eu estava pasmo, pensei, pleno sábado mais ou menos 19 horas, chegando cansado do trabalho e vem essa bonitona me chamando para conhecer uma coisa que era, para ela, legal e importante. Bom, não sou nenhum burro, fui lá espiar o que estava acontecendo e não me arrependi, fiquei até o fim e vi tudinho, coisa que nem em casa eu faço, realmente me identifiquei com o troço. Foi naquela tarde que conheci aquela história da comida que não serve para o porco mais serve para os humanos, tinha um lá também bem antigo com uma lorinha e um outro que foi feito aqui mesmo em Caxias, vi logo que era no calçadão e também ali no Carandiru, sabe? Aquele conjunto ali em cima? Então, bem legal, gostei mesmo"
"E o papel que a bonitona me entregou eu só fui ler em casa, achei muito legal, coloco até aqui em baixo pra voces verem, é uma parada tipo um manifesto":

Manifesto Cine Assalto

Em um domingo de novembro de 2009
A praça é do povo. E dos pombos, dos bares, das conversas descontraídas, do casal de velhinhos e dos pipoqueiros, dos pequenos meninos, dos seus próprios meninos, das amigas estudantes, dos iguais e dos diferentes. A praça é do povo. E são nestas praças que o Cine Assalto aparece assim sem avisar, com um monte de filmes e idéias interessantes, com o intuito de despertar a consciência, a amizade e o amor entre todos nós.
Somos um coletivo de amigos que dividem a mesma praça, sem a mínima intenção de eleger qualquer candidato, e com o compromisso de democratizar o que o cinema independente anda fazendo por aí e a grande mídia teima em esconder. Estamos dispostos a dividir com vocês, aqui, um outro patrimônio que também é do povo: o cinema. E é com grande prazer que convidamos a todos a estarem conosco nesta Primeira sessão do nosso Cine Assalto.
Sejam bem vindos e boa Sessão!
Filmes de Hoje:
O Signo do Caos, de Rogério Sganzerla, 2005 [Trecho]
Ilha das Flores, de Jorge Furtado, 1989
Angu TV Pobreza, do Coletivo Angu TV, 2007
Angu TV Corrupção, do Coletivo Angu TV, 2008
Um Cão Andaluz, Luiz Buñuel, 1928

"Daí em diante fiquei sabendo que uns jovens aí andam escolhendo algumas praças da cidade e exibindo alguns filmes bem legais, que nem na televisão passam. Que bom né, ja pensou isso aqui perto de casa toda semana? Hô Glória!"


CINE ASSALTO,
QUALQUER DIA DESSES BATEMOS NA SUA PORTA!

Estamos abertos para recebermos qualquer tipo de filmes independentes, qualquer dúvida ou para contato e envio----- guilhermezani@gmail.com