terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Jorge Mautner comemora 70 anos no Circo Voador


Depois de um dia de sol no trabalho, o que não me convém como o ideal de verão e principalmente por estar trabalhando, resolvi deixar meu cansaço de lado e partir para Lapa, em plena segunda feira, para assistir ao show de Jorge Mautner. Comemorando 70 anos de idade, o artista convidou uma grande turma de músicos para fazer a festa com ele. O legal é que dentre estes convidados estavam figuras de peso no cenário musical, verdadeiros mestres como Jards Macalé, Gilberto Gil e um tal de Caetano Veloso, tinhoso como sempre.

Esperava-se uma grande noite, e logo no início da festa foi que aconteceu o momento mais empolgante, ufa! Chegando no Circo Voador e assustado com aquela fila quilométrica (dessa vez sem exageros), atravesso a rua buscando ânimos para enfrentar a multidão e resgatar os ingressos, quando encontro nada mais , nada menos que Jorge Mautner, o dono da festa, sozinho e me olhando. Bom, cumprimentei com o "parabéns para você", "pela idade e pela carreira", e ele retribuiu com um sorriso sincero de agradecimento e felicidade. Atravessei a rua já arrependido de não ter tirado uma foto com o cara, mas, principalmente, de não ter soltado pra ele "Eu quero ser uma locomotiva, para atropelaaaaaaarrrrrr, você ...." o trechino inicial da música do seu primeiro disco que tanto me diverte. Mautner atravessou a rua em direção ao Circo para comandar a festa e fez isso lindamente.
Depois de furar algumas filas, conseguimos entrar na casa, antes de mais nada vaga-lumes surgiram no ar e em todas as partes, e víamos aquilo com carinho. Subimos as escadas, arquibancada lotada, descemos e conseguimos um lugar bacana - até certo ponto. Jorge Mautner entra em cena para iniciar os trabalhos, conta histórias, fala de religião, fala dos tristes acontecimentos na Região Serrana do Rio e inicia um grande espetáculo com a presença dos músicos da Orquestra Imperial.

O primeiro convidado foi o grupo AfroReggae, depois vieram outros artistas até entrar no palco Gilberto Gil que levantou a galera com Mautner. Tocando Maracatu atômico, foi aí que começou a acontecer as falhas no sistema de som na casa. Gil estava cantando quando o microfone falhou por um tempo, depois o desastre foi maior. Jards Macalé, grande parceiro de Mautner, entrou em cena para se divertir com o amigo e não ficou lá muito satisfeito: seu violão estava baixo de mais e o violino de Jorge Mautner não funcionava de jeito nenhum. O problema continuou durante toda a apresentação de Macalé, uma falta de respeito com os músicos e pura incompetência dos técnicos e produtores que acham que trabalhar com arte é diversão de fim de semana a la Woodstock.
Depois disso Mautner não conseguiu mais ver o seu violino, só bem depois. O som estava mal equalizado e a falta de comunicação dos organizadores ficou evidente. Fiquei puto, puto mesmo, R$ 25,00 para assistir a um show que eu tanto espero, casa superlotada insuportavelmente, e estão economizando na qualidade do som, da mão de obra técnica ou seja lá no que for para quê?
E falando no público, estava mesmo insuportável, a grande maioria estava de onda, só querendo ver o Gil e o Caetano, coisa de modinha. Lembro que o tempo passava e nada de Caetano, achei mesmo que ele não apareceria, acreditei nisso por muito tempo mas ele veio, e trouxe toda aquela multidão pra cima de mim. Não aguentei, passei mal, fiquei tonto, já não via vaga-lumes.
Saí para um ar fresco bem lá atrás, e lá eu fiquei, Caetano cantou umas 3 músicas, depois umas marchinhas de carnaval, quando me aparece no palco Jorge Vercilo. Legal, né? Legal eu estar bem lá atrás. E foi isso, o show acabou, que pena que não vi Luiz Melodia, ninguém justificou a ausência dele, que bom que não apareceu um tal de Pedro Bial e parabéns ao Mautner, parabéns pelo nível de improviso, pela lucidez tamanha e por saber tocar violino imaginário.

Acompanharam-me nesta aventura, Dani Cisco, esposinha, Prestor e Fátima, amigos.

Guilherme Zani


Mautner comanda a festa


GIL


Jards Macalé e Jorge Mautner,
violino sem som.

Caetano Sensual




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